top of page

Por Que Atraímos Pessoas Indisponíveis?

Já parou para pensar por que, invariavelmente, você se encontra em relações com pessoas que não estão realmente disponíveis? Se você se vê repetindo padrões de relacionamentos onde a outra pessoa parece distante ou emocionalmente ausente, saiba que isso tem uma explicação que vai além de uma simples escolha errada. É algo mais profundo e ligado à maneira como você aprendeu a se relacionar na infância.

A Teoria do Apego, formulada por John Bowlby, oferece uma perspectiva esclarecedora sobre como as experiências que vivemos nas primeiras relações (geralmente com nossos pais ou cuidadores) influenciam a forma como nos comportamos nos relacionamentos adultos. Ela nos mostra que, dependendo dos vínculos que formamos ainda na infância, desenvolvemos diferentes padrões de apego que se refletem nas nossas escolhas afetivas ao longo da vida.


O que é a Teoria do Apego?

A teoria sugere que desde os primeiros anos de vida, aprendemos a nos conectar com os outros através de experiências emocionais significativas. De acordo com esses vínculos iniciais, as pessoas tendem a desenvolver um tipo de “padrão” de comportamento nas suas relações futuras, que pode ser categorizado em três tipos principais: apego seguro, apego ansioso e apego evitativo.


1. Apego Ansioso: O Medo de Ser Abandonado

Quem tem apego ansioso tem uma tendência a se apegar intensamente aos outros e a temer o abandono. Essas pessoas podem acabar se agarrando a migalhas de atenção, não conseguindo perceber que estão sendo emocionalmente desvalorizadas. O medo constante de que a relação vai terminar faz com que aceitem menos do que merecem, simplesmente para não ficarem sozinhas. Isso cria um ciclo de insegurança e insatisfação.


2. Apego Evitativo: O Medo da Intimidade

Por outro lado, pessoas com apego evitativo tendem a afastar-se quando as coisas ficam mais próximas ou intensas. Elas têm dificuldade em se abrir emocionalmente e, quando começam a perceber que o outro está se aproximando demais, podem se tornar distantes ou até frias. Isso acontece como uma forma de autoproteção, uma maneira de evitar a vulnerabilidade. Infelizmente, esse comportamento também acaba gerando distância emocional e o afastamento da verdadeira intimidade.


3. Apego Seguro: O Equilíbrio Saudável

Pessoas com apego seguro conseguem equilibrar a proximidade e a independência. Elas sabem que é possível estar em uma relação saudável sem perder sua individualidade e sem medo constante de abandono. Esses indivíduos geralmente têm relacionamentos mais equilibrados e satisfatórios, pois conseguem confiar e se conectar de maneira saudável com os outros.


4. Apego Desorganizado: O Caos Emocional

O apego desorganizado é, sem dúvida, o mais desafiador de todos. As pessoas com esse tipo de apego experimentam um constante caos emocional nos relacionamentos. Isso ocorre porque, desde a infância, elas tiveram experiências contraditórias com seus cuidadores — ora sendo fonte de conforto, ora gerando medo ou insegurança. Como resultado, esses indivíduos crescem sem um modelo claro de como se conectar de maneira segura com os outros.


Em um relacionamento, alguém com apego desorganizado pode alternar entre buscar conexão intensa e se afastar abruptamente, deixando tanto a si mesmos quanto os outros emocionalmente confusos. A necessidade de proximidade é forte, mas a falta de confiança nas intenções dos outros cria um ciclo de afastamento e reconciliação que pode ser emocionalmente exaustivo.


Então, respondendo a pergunta acima, a resposta está justamente nos padrões de apego que você desenvolveu ao longo da vida.


Como Identificar Seus Padrões de Apego?

Se você percebe que tem se envolvido repetidamente com pessoas emocionalmente indisponíveis, é importante refletir sobre isso. Aqui vai um exercício simples, mas poderoso, que pode te ajudar a identificar esses padrões:

  1. Escreva sobre seus últimos relacionamentos. Pense nos padrões que se repetem: O que você aceita em nome de não ficar sozinho(a)? Que comportamentos você tolera que vão contra o que você realmente merece?

  2. Observe os comportamentos que se repetem.


Pergunte a Si Mesmo:

  • Quais são os meus medos mais profundos nos relacionamentos? Eu tenho medo de ser abandonado(a) ou de me perder no outro?

  • O que estou aceitando de menos? Estou sacrificando minha autoestima e necessidades para não ficar sozinho(a)?


O Que Fazer para Mudar Esses Padrões?

O primeiro passo para mudar esses padrões é identificar o que você está aceitando de forma inconsciente. Reconhecer esses ciclos é o início do processo de transformação. A boa notícia é que, com autoconhecimento, você pode começar a tomar decisões mais saudáveis em relação aos seus vínculos afetivos.


Não é sua culpa que você se envolve em padrões repetitivos. O que você está vivendo pode ser o reflexo de um padrão de apego não resolvido. Mas isso é algo que pode ser trabalhado. O mais importante é se permitir olhar para dentro e compreender seus próprios medos e necessidades. Só assim será possível se libertar dessas relações que não correspondem ao que você realmente merece.


Lembre-se: Identificar esses padrões e trabalhar em sua própria saúde emocional é um passo importante para criar relações mais saudáveis e satisfatórias. Não aceite menos do que você merece. Você tem o direito de estar em uma relação onde o respeito, a reciprocidade e o amor sejam verdadeiros.


Dica Final:

Você está pronto para dar o primeiro passo? Salve este artigo para revisá-lo sempre que sentir que está aceitando menos do que merece!

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver

Recentemente, mergulhei na leitura do livro "A morte é um dia que vale a pena se viver" , de Ana Claudia Quintana Arantes . Embora o título possa parecer sombrio, ele é, na verdade, um convite profund

 
 
 

Comentários


bottom of page